quinta-feira, 14 de maio de 2009

Mulheres na política


Ao longo deste mês, pessoas e organizações em todo o mundo mobilizam-se em diversas atividades para comemorar as conquistas das mulheres e denunciar o que ainda falta para que se alcance a plena igualdade entre mulheres e homens. Segundo o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM), em 2006, o Dia Internacional da Mulher está enfocando o tema: "Mulheres na tomada de decisões: enfrentando desafios, gerando mudanças".
"Ao aumentar de maneira efetiva a influência da mulher em todos os níveis da vida pública, aumentam as possibilidades de mudança em direção à igualdade entre os gêneros e ao empoderamento da mulher, bem como para uma sociedade mais justa e democrática", afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, no relatório sobre a participação igualitária de mulheres e homens nos processos de tomada de decisões em todos os níveis, lançado em dezembro de 2005.

Em 1995, a Plataforma de Ação de Pequim definiu como uma de suas prioridades a questão da mulher no exercício do poder e na tomada de decisões e apontou medidas concretas que deveriam ser adotadas por governos, setor privado, instituições acadêmicas e organizações não-governamentais para que as mulheres tenham maior acesso e uma participação efetiva nas estruturas de poder e na tomada de decisões.

Em todo o mundo, as mulheres têm enfrentado as dificuldades de acesso ao poder e estão contribuindo para mudar suas comunidades, seus países e o mundo. Contudo, ainda que se esteja avançando na conquista da igualdade entre mulheres e homens no acesso a cargos de decisão, ainda há muito o que fazer. As mulheres continuam sub-representadas em todos os níveis de poder. Além de aumentar a participação das mulheres nos órgãos oficiais de tomada de decisões, é preciso também aumentar seu impacto no processo de tomada de decisão.

Ranking

A Argentina ficou entre os 10 países com maior participação de mulheres no Legislativo em ranking divulgado pela União Interparlamentar (IPU, da sigla em inglês), que analisou 187 países e apontou uma tendência de crescimento na presença de mulheres nas Casas Legislativas de diversas partes do mundo.

Ruanda aparece em 1º lugar, com 48,8% de participação feminina na Câmara de Deputados. Em seguida vêm os países nórdicos: Suécia (45,3%), Noruega (37,9%), Finlândia (37,5%) e Dinamarca (36,9%). Depois estão Holanda (36,7%), Cuba (36%), Espanha (36%), Costa Rica (35,1%), Argentina (35%) e Moçambique (34,8%), que completam a lista dos 10 países com maior número de legisladoras.

Na América do Sul, o Brasil é o pior colocado na lista, em 107º lugar, bem atrás da Argentina (9º), Guiana (17º), Suriname (26º), Peru (55º), Venezuela (59º), Bolívia (63º), Equador (66º), Chile (70º), Colômbia (86º), Uruguai (92º) e Paraguai (99º). A IPU explica que a melhora no desempenho de alguns países sul-americanos deve ser atribuída à introdução de políticas de cotas mínimas para candidatas, a exemplo do que ocorreu na Argentina, na Bolívia e na Venezuela.

O Brasil e outros países do Cone Sul, excluindo-se a Argentina, apresentaram índices menores do que a média mundial, que é de 16,6% de mulheres legisladoras. No Chile esse índice é de 15%; no Uruguai, 11,1%; no Paraguai, 10%; e no Brasil, 8,6%. O índice brasileiro é pouco maior que o dos países árabes, que têm uma média de 6,8% de mulheres em seus Parlamentos. A Arábia Saudita apresenta índice de 0%. Ficaram também abaixo da média mundial: EUA (15,2%), França (12,2%), Itália (11,5%) e Japão (9%).

A União Interparlamentar aponta uma tendência de crescimento da participação feminina no Legislativo. Em 2005, a cada cinco parlamentares eleitos, um era mulher. Embora destaque que as mulheres já ocupam mais de 30% das cadeiras em 20 Câmaras de Deputados no mundo, o relatório da IPU reconhece que ainda falta muito para se atingir um mínimo de 30% de legisladoras em todos os Parlamentos, meta definida na Conferência Mundial sobre a Mulher promovida pelas Nações Unidas em 1995.

Mídia


De 16 de fevereiro a 08 de março de 2006, a Associação Mundial para a Comunicação Cristã (WACC, da sigla em inglês) promoveu a campanha "Quem faz a notícia? Três semanas de ação global sobre gênero e mídia". Com apoio do UNIFEM e da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), a campanha tem o objetivo de promover a igualdade de gênero na mídia, ao desafiar a mídia jornalística a tomar uma atitude efetiva e imediata para garantir uma representação equilibrada de mulheres e homens no noticiário.

A campanha começou em 16 de fevereiro de 2006, exatamente um ano após o dia em que centenas de organizações que atuam com gênero e mídia em 76 países uniram-se em um esforço de solidariedade para monitorar a representação de mulheres e homens na mídia jornalística. A ação era parte do Projeto de Monitoramento Global de Mídia (GMMP, da sigla em inglês) 2005, que revelou, entre outras coisas, que, embora maioria nas redações (63%), as mulheres continuam a ser marginalizadas nos noticiários.

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